quarta-feira, 9 de julho de 2008

As tecnologias no ensino...a escola em tempos de mudança

Tecnologia é tudo que nos rodeia de forma diferente, isto é, a maneira com que visualizamos o mundo através de um prisma com cores distintas.
Um dos maiores exemplos de tecnologia que até hoje poucos sabem utilizar é o "retro-projetor", e nem por isto deixou de ser uma das opções para uso em sala de aula.
Outras formas de tecnologias para uso em sala de aula é : flip-chart, album seriado e tantos que se for fazer um rol não encerramos nunca. Porém, os nosso colegas, professores, gostam do ensino "bancário"( Paulo Freire contesta), e eles se acham o detentor da sabedoria esquecendo o outro lado, o aluno e sua autonomia.
Quando se iniciou no Brasil, as atividades do Instituto Universal Brasileiro (na década de 50), todos se admiraram e indagaram como vou estudar em casa? Ora o IUB, mandava via correio todo o material para a casa do aluno e este fazia, ou seja, colocava a mão na massa e aprendia, é tanto que tem muita gente que terminou Mecânica, Desenho e Eletrônica, nestes cursos a qual se chamava de Cursos por Correspondência, era a época o ensino a distância (sem acento...), e toda a metodologia estava centrava no aprender a aprender, no saber-fazer e na autonomia do aprendente.
Hoje nós temos tecnologias que dão estas oportunidades do aprendente transpor barreiras, e buscar em locais onde jamais pensou em ir, e no final agregar valor ao aprendizado.
Não digo auto-aprendizagem, mas a sua autonomia, de estar a vontade para buscar novos conhecimentos, desta forma a Escola tem que ultrapassar os muros e ver o mundo com outros olhos, buscar novos processos, efetuar a transposição didática. transformar seus aprendentes, em seres autônomos. Pois só assim, haverá motivações por parte do aprendente...
A aprendizagem por projeto, não é nova, buscamos ver no exemplo acima, a IUB, mandava o material e o aluno tinha de construir algo que funcionasse, exemplo no curso de Eletrônica, ele preparava todo o material e fazia as provas relativa a montagem do Rádio e só concluía quando o mesmo estava funcionando. Isto era um projeto... Isto era o Ensino por Projeto...
A escola tem que rever suas metodologias, rever seus conceitos e rever seu capital intelectual (professores)...e partir para uma nova forma de ensino...buscando através da aprendizagem significativa de seus aprendentes...
Paulo Freire não admite a separação entre ensino e aprendizagem e diz: "Não se entenderá essa capacidade de aprender se não se compreender a capacidade correspondente que é a de ensinar. É por isso que me espanta ainda a distância que ficamos de compreender a simultaneidade dialética entre ensinar e aprender".
Ele concorda com a autonomia do aluno perante o processo de aprendizagem, mas reforça que o ensino é parte integrante desse aprendizado, que segundo ele, é movido pela curiosidade. Paulo Freire propõe a Pedagogia da pergunta e não da resposta. Acredita que as novas tecnologias apresentam novos estímulos e desafios a essa curiosidade. Ele apela para os que escaparam da "morte da escola"que a modifiquem, façam dela um novo ser tão atual quanto a tecnologia. "Pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la".
Penso que o reencantamento da aprendizagem no ciberespaço é uma possibilidade nova e que estamos tentando realizá-la na prática. Ensinar e aprender na pós-modernidade estão exigindo mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, não mais prazos fixos e processos mais abertos de comunicação.
Nesta composição de reencantar o aprender tanto aprendiz como ensinante se despem de não saberes e articulam um novo prisma educacional. Tem valor e tem sentido desde que haja mediação, interatividade, de forma dinâmica e contextualizada.
Penso que este é o fio condutor...

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